Manzuá e Daniela Galdino confirmam presença na FELITA‏

Um encontro de talentos
Divulgação

Para encerrar a programação da I Feira Literária de Itabuna (FELITA) a Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC) promoverá um encontro poético, performático e musical, trazendo ao público o espetáculo Inúmera, apresentado pela banda Manzuá e a poeta Daniela Galdino, com participação da bailarina ucraniana Natalia Iskiv.

Trata-se de um encontro entre três linguagens artísticas: a música, a poesia e a dança. No palco, a banda sulbaiana Manzuá e a poeta grapiúna Daniela Galdino apresentam poemas do livro “Inúmera” (Editora Mondrongo, Ihéus-BA, 2011), encenados pela autora e executados em forma de canções pelo grupo. Com duração de 50 min., a performance enfatiza elementos próprios do universo feminino, ora assumindo o tom corrosivo, ora delicado. Infância, memórias, corpo, desejo, madureza, insurreições cotidianas, falências de linguagem, encantamentos, delicadezas, desencontros... tudo converge no universo Inúmera.

O trabalho de musicalização empreendido pela banda Manzuá priorizou o respeito à cadência e ao ritmo próprios de cada poema, unindo a isso os elementos essenciais da sonoridade produzida pelo grupo.  O resultado foram canções a partir das quais se reconhecem a força  da poética de Daniela Galdino. Esse aspecto dialógico se expressa num espetáculo marcado por canções e poemas que puxam “o verbo pelo rabo” e fincam “o dente no dorso”.

Especificamente para a I FELITA a performance contará com a participação da bailarina ucraniana Natalia Iskiv, que se encontra em temporada no sul da Bahia. Dançarina e coreógrafa, com formação clássica e contemporânea, atualmente Natalia trabalha em diversos estabelecimentos privados e públicos como professora de dança contemporânea e integra a companhia de dança franco-ucraniana Samorodok, de Waldemar Kretchkowsky, como intérprete/performer. Possui formação em dança-contato, movimento autêntico, teatro físico e performance.

A banda Manzuá é reconhecida por produzir uma sonoridade fruto de movimentos de resistência cultural, articulando matrizes africanas em compasso com uma musicalidade "de gosto multicultural" que não lhe é estranha, mas se une à sua história e lhe refaz a trajetória. Daí o rock, o funk setentista, o reggae o blues... o grupo lança mão de linguagens tão "grings" quanto negras, indígenas, grapiúnas... sem o pudor do confronto, da mistura, da reinvenção.

Despudor também é uma marca da poética de Daniela Galdino, assim como provocação. Inquietante é viver. Dos trânsitos e transes cotidianos, a autora capta matéria de poesia, o combustível para “assustar palavras” e gerar imagens. Eis a experimentação de desdobramentos que só a arte pode proporcionar: digerir a vida num duplo exercício - unir o que seja vivência pessoal às experiências alheias. “Inúmera” é uma galeria de pulsações. E como tal, seja em forma de livro ou espetáculo poético-musical, busca o diálogo, a comunhão com o outro para que se complete a ciranda de percepções, leituras e identificações.